Com ousadia e concomitante humildade, em gozo de livre pensar, pode-se brincar de ver o Ser como um rizoma: não parametrizável, não preso em um estrutura que o pré-defina, não fundamentado em nada e ainda assim, pautado no vigor da existência: um Ser enquanto Sendo, assumindo a responsabilidade sobre seu próprio Ser, eternamente em relação, ser-com, que se autorregenera porque suas rupturas não o destroem, mas o constituem em sua trajetória, que se manifesta como fenômeno que se faz visto a partir de sua própria perspectiva. Sempre se atualizando, se reorganizando, a partir do que sempre foi. É lançado num mundo pré-existente e nele se engaja, com compreensão vaga e mediana. É ser-no-mundo. Num mundo que já está concebido e que o concebe, antes mesmo de seu aparecimento. Que se projeta e se antecipa a si mesmo e só vai, ao encontro de Ser, pois não pode ser impedido de ser, até que já não seja mais. O rizoma é pura liberação de horizonte. O Ser-si-mesmo, também.
Sonia Menezes, Fundadora e Psicóloga Responsável
